fechar
Usina da Dança

Com Casa Sensorial Oficinas de Artes Usina da Dança avançam na criação do Espetáculo 2021

O Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, já deu início ao segundo semestre letivo de 2021, com a realização de investigações e laboratórios práticos pelos profissionais do Projeto junto aos alunos. Nos dias 9 e 10 de setembro, esse trabalho aconteceu em um local diferenciado: a Casa Sensorial, um espaço concebido com instalações capazes de proporcionar experiências sensíveis e profundas aos participantes das oficinas.

O Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, já deu início ao segundo semestre letivo de 2021, com a realização de investigações e laboratórios práticos pelos profissionais do Projeto junto aos alunos. Nos dias 9 e 10 de setembro, esse trabalho aconteceu em um local diferenciado: a Casa Sensorial, um espaço concebido com instalações capazes de proporcionar experiências sensíveis e profundas aos participantes das oficinas.

Ao longo de setembro, os alunos do projeto terão a oportunidade de conhecer e explorar o ambiente. Sob a coordenação artística de Valéria Pazeto, a professora Vivian Vinha como assistente artística, a professora Maria Julia Pintar como assistente técnica, a professora Mariana Marques como mediadora artística, apoiadas por uma equipe externa, construíram coletivamente a dinâmica que será descrita abaixo e, posteriormente, aplicada em toda a equipe artística e social do IORM.

O breve recesso, ocorrido entre os dias 19 e 25 de julho foi interrompido pelos profissionais da instituição com reuniões para debates de ideias para dar continuidade aos processos criativos do espetáculo de artes cênicas que será produzido neste ano.

“Inicialmente, retomamos a dinâmica Cores que Curam, proposta para os alunos das Oficinas de Artes no primeiro semestre. Revisitar os trabalhos entregues pelas crianças, foi uma forma de reforçar a conexão entre a atividade e a temática mais ampla do espetáculo – cores, linhas e movimentos. Esse exercício veio justamente como um laboratório inicial de exploração do tema para o festival, ao mesmo tempo que se estabeleceu como uma forma de concretização da escuta ativa dos alunos e suas famílias, das suas demandas materiais e afetivas, sobretudo em tempos de pandemia.”, afirma a coordenadora artística.

Diante de um retorno amplo e positivo da dinâmica Cores que Curam, a equipe profissional do IORM partiu para as etapas de observação, discussão, seleção e sintetização das obras coloridas pelas crianças, traduzindo-as em cores temas por turma e modalidade artística, passo inicial para a criação do enredo e coreografias para o espetáculo.

Profissionais e alunos do IORM participaram de uma verdadeira imersão no mundo das cores escolhidas: o verde, o amarelo, o lilás, o azul, o vermelho, o laranja, o preto e o branco. Foi uma experiência monocromática. As cores ganharam seu espaço na Casa Sensorial, um local externo aos núcleos do Instituto em Orlândia, selecionado como sede para a aplicação desses laboratórios. Inicialmente, o processo foi desenvolvido com os professores e, depois, adaptado para as crianças.

A coordenadora Artística da Usina da Dança conta que a base teórica para a atividade, além daquelas apresentadas para a construção da dinâmica Cores que Curam, tem sua origem no aprofundamento dos estudos realizados em 2020 da obra de Gandhy Piorski. “O autor valoriza a descoberta e o contato das crianças com o chamado primitivo, demonstrando a importância dos elementos da natureza para o fomento da imaginação e da sensibilidade, aliada aos cinco sentidos do corpo: visão, audição, olfato, tato e paladar. Por isso, essa vivência também instigou a observação do contato cru e direto com a matéria, que repercute em um centro corporal, um núcleo de conscientização do ser.”, explica Valéria.

Para dar vida à esta ação, os profissionais do IORM, individualmente selecionaram um objeto pessoal monocromático, de uma das cores, para levar à Casa Sensorial e utilizá-lo na composição dos ambientes.

A primeira parte do laboratório aconteceu no jardim da Casa Sensorial. Em grupo, os profissionais foram convidados a sensibilizar seus corpos através de uma dinâmica aplicada pela professora Vivian Vinha. Em seguida, puderam conhecer cada espaço da Casa Sensorial em um tour guiado pela professora Mariana Marques, que discorreu sobre suas próprias experiências com cada cor a cada ambiente que passavam no caminho, inspirando os participantes.

Depois, cada profissional pode escolher um dos ambientes monocromáticos apresentados no tour. Para cada ambiente, além dos objetos que representaram cada cor, havia, ainda alimentos e cheiros característicos com o intuito de trazer à tona memórias afetivas, gustativas e táteis para os participantes. Os participantes da dinâmica foram convidados à imersão no espaço para a sensibilização da cor escolhida.

Em seguida, o convite foi o de transpor a experiência vivenciada no ambiente para um desenho livre, expressando os sentimentos despertados pela experiência dentro do espaço monocromático eleito por cada pessoa. O desenho, que foi inicialmente criado de forma individual e isolado no cômodo onde se encontrava seu artista, foi reproduzido em um muro branco no quintal da residência, constituindo uma espécie de mosaico, simbolizando a concretização coletiva das experiências individuais. Os participantes escolheram sua música para construir um fragmento de vídeo dança, “que na verdade é uma célula coreográfica deste momento, fazendo a conexão das cores e das linhas com o corpo em movimento.”, observa Valéria.

A coordenadora Artística do IORM lembra que a temática desenvolvida a cada espetáculo sempre ocorre por meio do processo de Pesquisa Investigativa. “A seleção do tema vem ao encontro do desejo de construção de uma arte consciencial, o que também já foi apresentado como um objetivo fundamental para o Projeto Usina da Dança. O processo criativo deste ano, busca, mais uma vez, trazer, pela escuta ativa e democrática dos envolvidos no projeto, a realidade vivida pelos assistidos dentro e fora da sala de aula, como uma forma de buscar e resgatar os valores desenvolvidos pela instituição, trazendo reflexões e proporcionando a conscientização e significação sobre o mesmo, através das artes.”, afirma

O produto final deste processo será um espetáculo híbrido reunindo vídeo danças com apresentações presenciais, observando todas as medidas de segurança determinadas para o enfrentamento da pandemia. A ação integra o Projeto Agenda Cultural 2021 – PRONAC 205171, realizado pelo Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura e Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça.

Tags: destaque

Deixar uma resposta