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Agenda Cultural

IORM envolve seus alunos na descoberta do tema do próximo espetáculo, durante Oficinas do Projeto Agenda Cultural

Ipuã (6)

O que desperta você? O que acorda você? Esses questionamentos, aparentemente banais, foram os fios condutores da  dinâmica realizada pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM junto aos alunos das Oficinas de Artes Usina da Dança para Descoberta do Tema do espetáculo 2022 nos núcleos do Instituto nas cidades de Orlândia, Guaíra, Ipuã e Miguelópolis, respectivamente nos dias , 10, 11 e 13 de maio.

A dinâmica, construída pelos educadores do IORM, proporcionou a imersão e inclusão dos alunos bailarinos no processo de criação da história a Bela Adormecida, guiada por símbolos estabelecidos a partir das reflexões e debates realizados.

A principal referência para o trabalho foi o Ballet de Repertório na performance da companhia de dança inglesa The Classical Ballet and Opera House. Entre as ressignificações, às Fadas foi atribuído o papel de presentear a princesa Aurora com virtudes, ou sejam, coisas capazes de acordarem as pessoas. Já a Fada Má, Carabosse, dá origem à maldição, entendida como as desvirtudes, coisas com o potencial de adormecer as pessoas.

“Aurora revela cada um de nós, com a dualidade que nos constrói enquanto seres humanos. Somos compostos de virtudes e desvirtudes. Na história, Aurora ganha os presentes ainda bebê e conforme cresce vai aprendendo a conviver com eles, através de suas relações de vida. As relações de nossos alunos, sejam elas amorosas, familiares ou sociais, estão sendo pautadas na discussão sobre quais presentes recebemos”, pontua Valeria.

Outros símbolos norteadores foram destacados da releitura da obra. Entre eles, a roca que é o objeto da maldição, onde Aurora fura o dedo e que também tece fios. “Tecer fios é emaranhar tramas como metáfora das coisas que acordam e adormecem e fazem parte da gente, nossa personalidade, identidade; as fases da vida: nascimento, infância, adolescência, fase adulta. A passagem do tempo também será simbolizada pelo objeto da roca.”, conta a coordenadora artística.

O Príncipe é a personagem que atua como o mediador entre o adormecer e o despertar. Aparece como alguém com quem Aurora cria uma forte conexão, por identificação através das virtudes, das tramas e da vida. É ele quem vai cobrir a Bela Adormecida para acordá-la, utilizando um grande cobertor ou edredom,  materializado pelo tecer da roca. Esta leitura desconstrói a ideia do beijo que, na história original, foi dado sem a permissão da princesa; O despertar traz a ideia de vestir sua identidade e personalidade, aceitar o que é.

Trabalho coletivo

Todos os alunos, dos períodos matutino e vespertino, foram organizados em grupos mesclados por turmas e faixas etárias. Cada grupo, guiado por um professor-mediador, foi convidado a seguir um percurso desenhado por barbantes coloridos, que levavam às diversas etapas da brincadeira. As crianças encontravam, durante o caminho, os funcionários da organização dormindo em seus locais de trabalho e ouviam uma breve sinopse do porquê eles haviam dormido. Depois, tinham como tarefa descobrir uma forma de acordá-los. Esta foi a forma concreta encontrada para mobilizar os alunos diante das questões norteadoras: o que nos adormece? e o que nos acorda?. Em um processo de reflexão sobre os dualismos paralisar e despertar, congelar e mover.

Os alunos precisaram ainda, enfrentar alguns desafios durante o percurso, como uma cortina de agulhas; a construção de uma rede coletiva a partir da frase: “juntos podemos construir redes com conexões incríveis”, etapa para a qual foram disponibilizados materiais como tecidos, fitas de cetim, elásticos e tesouras. E como último desafio, os alunos tiveram a tarefa de decifrar uma charada sobre a passagem do tempo. Ao final, as crianças assistiram ao teatro da história encenada pelos professores já na versão ressignificada em equipe, e participaram da discussão sobre as virtudes e desvirtudes que compõem cada um de nós. Então, uma grande confraternização foi feita para celebrar a vida.

O Projeto Agenda Cultural é uma realização do Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – ORM e do Ministério do Turismo, por meio da Secretaria Especial de Cultura, aprovado pelo Pronac sob número Pronac 212460.

Elaine Sekimura

O autor Elaine Sekimura

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