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Usina da Dança

Projeto Agenda Cultural dá continuidade as atividades das Oficinas de Artes Usina da Dança

O Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM continua se reinventando permanentemente para enfrentar os obstáculos impostos pela Pandemia da Covid-19 e dar continuidade a suas ações.    Desde o mês de fevereiro, o IORM deu início às ações do Projeto Agenda Cultural 2021 renovando o sentimento de esperança pela superação da crise global enfrentada há mais de um ano.

Para execução das Oficinas de Artes Usina da Dança, o IORM oferece aos alunos, desde fevereiro, conteúdos teóricos e práticos nas modalidades de dança, ballet, jazz, contemporâneo; música e convivência, por meio de aulas presenciais in loco e aulas virtuais nas modalidades de vídeo gravado e transmissão de aula ao vivo pela plataforma google meet. “Para definir o formato da aula,  consideramos as especificidades de cada turma. Estruturados o conteúdo de maneira lúdica, para despertar no aluno a valorização da consciência corporal, a consciência sobre o respeito e limite do próprio corpo, o desenvolvimento da autonomia e a desaceleração da técnica propriamente dita sem ocasionar lesões.”, destaca a  coordenadora artística  do IORM, Valéria Pazeto.

Formação

Visando o aperfeiçoamento técnico da equipe responsável pelas Oficinas de Artes, Valéria promoveu encontros de formação que foram essenciais para a construção conjunta dos processos diários que envolvem os alunos, as famílias e a comunidade, e  para a adaptação e manutenção dos princípios e valores difundidos pelos pilares que sustentam a execução das Oficinas de Artes Usina da Dança que são: Teoria da Complexidade, a Intertransdisciplinaridade, a Educação Somática e a Arte Educação.

Os Encontros de Formação foram realizados durante o mês de maio e possibilitaram diálogos ricos sobre a concretude dos quatro pilares – descritos ao final da matéria – e as infinitas possibilidades de construção interdisciplinar.

Os frutos dessa formação foram compartilhados em um encontro geral de finalização, onde os professores de Ballet, Jazz, Contemporâneo e Música formularam uma aula-conjunta, por modalidade, e apresentaram a toda equipe em uma imersão na dança, no movimento, no ritmo através dos sentidos do corpo.

Os alunos das Oficinas de Artes participaram do primeiro laboratório intitulado Cores que Curam, que revela explicitamente esse objetivo e é colocado como ponto de partida para criação do espetáculo artístico cultural que será produzido ao final do projeto, a partir da integração dos conteúdos trabalhados nas Oficinas de Artes.

Essa primeira experimentação aconteceu em paralelo às formações dos profissionais, dando início a pesquisa das crianças sobre as cores, as linhas e o corpo. “O nome do laboratório veio ao encontro das demandas trazidas pelos alunos, na medida que intenciona acolher e zelar pelos alunos e suas famílias, por meio de estratégias criativas que envolvam a arte e a educação”., salienta a coordenadora artística.

Como parte dessa experiência, as crianças receberam um kit do Projeto com os materiais necessários à dinâmica: papel kraft de 2 metros de comprimento, caixa de tinta guache, pincel e  barbante. Os professores da equipe artística desenvolveram e gravaram um vídeo-tutorial explicativo para os alunos, descrevendo o passo a passo da atividade.

Os educadores convidaram os alunos a pesquisarem formas de movimentarem seus corpos para que surgisse traços ou rastros no papel. “Nossos educadores enfatizaram no vídeo o movimento do corpo que cria uma dança na tentativa de pintar o papel, frisar os movimentos circulares, os mais diretos, de forma lenta e rápida.”, comenta Valéria.

Os alunos também foram estimulados a escolherem as cores para seu desenho dançante e a brincarem com as formas e movimentos. Os educadores alertaram para que os educandos não se preocupassem em planejar o seu desenho, e incentivaram para que os alunos deixassem os traços simplesmente acontecerem através da sua dança. Sugeriram que os alunos filmassem de cima para baixo o movimento, permitindo o registro do movimento e do desenho acontecendo na folha.

Os alunos ainda foram orientados a convidar a família para participar e experimentar a atividade. “Eles perceberam que, ao fazer um desenho em cima do que já existe, um novo desenho poderia surgir, o que favoreceu a interação e a continuidade da atividade”, explica Valeria.

Os educadores ressaltaram aos alunos que a atividade deveria ser filmada e enviada para o IORM, acompanhada de uma foto do desenho resultante da atividade. Ao finalizar o desenho, as crianças foram convidadas a observar sua obra de arte e responder às perguntas como: o significado do desenho para cada um; o por quê da escolha das cores e se dançaram ao realizar a atividade.

Fotos e vídeos das atividades foram enviados para as professoras de Expressão Corporal de cada cidade. As obras também foram entregues aos núcleos do  Instituto para, posteriormente, haver continuidade dos processos criativos. “As respostas que recebemos deram conta do resultado positivo alcançado”, constata a coordenadora artística.

“Esse desenho tem arte bonita, animada e criativa. As cores são lindas, vivas e eu amo essas e todas as cores, principalmente o arco íris. Eu dancei  fazendo a atividade, porque as tintas voam para todos os lados”, informou a aluna Heloisa de Sousa  Petita, da turma 1 C da tarde em seu relato sobre a atividade.

Conceitos Teóricos

Todo o trabalho realizado pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça – IORM, ampara-se em profundos conceitos teóricos. A Teoria da Complexidade, a  Intertransdisciplinaridade, Educação Somática e a Arte-educação são pilares desse referencial teórico.

“A Teoria da Complexidade é uma abordagem transdisciplinar dos fenômenos, que abandona a visão limitada e reducionista regente de grande parte das pesquisas científicas atuais, e busca trazer à tona a criatividade e o caos nas vivências propostas”, explica a coordenadora artística da Usina da Dança, Valeria Pazeto.

A  Intertransdisciplinaridade, cujo princípio “tudo está em tudo”, propõe o desenvolvimento conjunto entre professor-aluno, considerando que um traz consigo uma bagagem de vivências e conhecimentos anteriores à sala de aula e aquele com certos saberes adquiridos pelo estudo e também por experiências durante a vida. “Assim, não se colocam em uma posição de mandatário e submisso, mas se constroem e se reconstroem juntos em relações integradas que alcançam os âmbitos cognitivos e emocionais”, exemplifica Valeria.

“Já a Educação Somática prevê a aprendizagem sensório-motora, que ocorre de fora para dentro em um processo de internalização da consciência corporal, cujo movimento, estabelecido em um espaço-tempo, é o meio principal para tal, visando a integração corpo-mente”, esclarece a coordenadora

A teoria da Arte-educação propõe um meio de ação pedagógica pelos sentidos, pela integração entre sentir, escutar e ver para perceber o mundo de maneira dinâmica e harmoniosa, permitindo a construção de uma personalidade humana integral.

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