fechar
Cidade que educaCultura

Semana Cultural de Ipuã mobiliza para a união entre a comunidade e escola

Semana Cultural de Ipuã

Que tipo de ação a comunidade escolar pode despertar na cidade? A união da experiência escolar com o seu entorno, propondo a extensão do saber e o envolvimento de toda a comunidade na construção do projeto de uma cidade educadora foi o objetivo central da III Semana Cultural de Ipuã, realizada a várias mãos pelo Instituto Oswaldo Ribeiro de Mendonça, Casa da Criança Armanda Malvina de Mendonça e Prefeitura Municipal de Ipuã, por meio da Secretária Municipal de Educação e Cultura, envolvendo todas as escolas públicas

A intensa programação foi desenvolvida nos dias 22 e 23 de setembro, transformando o Ginásio de Esportes Eugênio Sacardo Filho em um espaço dedicado às artes, com a exposição de trabalhos produzidos pelos alunos e professores das escolas participantes, com originalidade, inspiração e muita delicadeza.

“Sonhamos com um mundo em que muros não separem a escola de sua comunidade. A Semana de Ipuã, já em sua terceira edição, nos permite ver uma cidade mais colorida, com espaços de aproximação e diálogo.”, afirma a coordenadora da Casa da Criança Armanda Malvina de Mendonça, Janaína Amadeu.

Realizar a Semana foi uma experiência de união da experiência escolar com o seu entorno, propondo a extensão do saber e o envolvimento de toda a comunidade escolar na construção do projeto de uma cidade educadora.

“Da semana carregamos a certeza de que não é só a cidade que se transforma com a educação. A educação também se transforma em contato com a cidade.”, enfatiza o gerente executivo do IORM, Rafael Albuquerque Braghiroli.

Quem participou, pode assistir a diversas manifestações culturais e artísticas. Muitas delas apresentadas por alunos que começam a tomar contato com sua própria expressão. Foram apropriações sensíveis e lúdicas e uma outra maneira de ocupar Ipuã.

“O trabalho foi além do aprendizado de artes, uniu também disciplinas de educação física, biologia, geografia, enfim. Em uma oportunidade de recolher tudo o que o a cidade nos dá, a inspiração a partir de tudo que está no entorno, processar e de alguma forma depois devolver para a cidade”, destacou a Diretora do Departamento de Educação e Cultura, Narjara Silva Resende Oliveira.

A realização da Semana contou com o apoio do Grupo Colorado, Rádio Liberdade FM, Jornal a Voz Ipuanense e Portal Ipuã.

Alunos da rede de ensino pública e privada do município de Ipuã, de cidades vizinhas, e toda a comunidade Ipuanense participaram de forma ativa da programação, resultante da união das ações desenvolvidas pela multiplicidade de linguagens e criações, produzidas no âmbito escolar a partir de reflexões baseadas no tema “A Bela e a Fera” a partir de escuta da comunidade com queixas sobre o contexto social envolvendo preconceitos e violência.

No dia 22 de setembro, no período da manhã e da tarde, houve exposição dos trabalhos artísticos e culturais produzidos por alunos e professores da rede pública de ensino.

No dia 23 de setembro, as atividades da Semana ofereceram diversas manifestações artísticas e culturais.

Participaram produzindo conteúdos para a Semana a Casa da Criança Armanda Malvina de Mendonça, Contação de Histórias e encenação

  • EMEB Antônio Francisco D’Ávila I, Apresentação de áudio, dança clássica e musical “A Bela e a Fera”, com a participação de Claudia Clemente Zanotim no violão
  • EE Antônio Francisco D’Àvila II, encenação teatro “Preconceito”, com o tema Injustiça social
  • EMEB Vereador Alberto Conrado, Apresentação de dança com o tema “O encanto e a magia nos transforma a cada dia”.
  • EMEB Prof° Monir Neder, apresentação musical, de dança e rap “A Bela e a Fera”.
  • EMEB Profª Maria Marly Mandrá Lima,  apresentação de Dança e encenação tema “Do Imaginário ao Real, o fantástico mundo das belas”
  • EMEB Professor Osvaldo Francelim, Teatro, encenação cênica e musical “A Bela e a Fera”
  • A Usina da Dança, projeto do IORM apresentou fragmentos do espetáculo de dança “A Bela e a Fera”

“Há muitas definições de cultura, mas gosto de trabalhar com uma em especial: a cultura efetua uma transformação na vida das pessoas, no sentido de ampliar seu leque de escolhas e, assim, de aumentar sua liberdade”. Renato Janine Ribeiro

Fortalecendo educadores de artes

“Pelo terceiro ano consecutivo estive em contato com os Professores de Artes da cidade de Ipuã, convidada pela Casa da Criança Armanda Malvina de Mendonça, que articula a III Semana Cultural. Os encontros aconteceram no Centro de Formação de Professores da Educação Básica Maria de Lourdes Moreira uma vez ao mês. Foram envolvidos Professores de Artes e de Educação Física, Diretores, Secretaria de Educação e Cultura do Município, da Casa da Criança e Escolas Estadualis.

O convite feito há quatro anos para apresentação de um Ballet de repertório pontualmente executado, encantador, foi quando eu percebi que pelo fato do convite e a percepção do encantamento pelas crianças e expectadores locais: professores de artes e funcionários; nos indicava um caminho para promoção de um diálogo, destes profissionais de contexto distintos, mas que atuam no mesmo campo de conhecimento: As Artes.

Rompendo Barreiras

A necessidade de rompermos barreiras temporais e espaciais, para que o diálogo dos saberes construídos em campos de atividades diferentes, sejam compartilhadas, promovendo ampliação de conceitos, referências e olhares, que repercutem diretamente nos modos como conduzimos as atitudes e processamos criativamente, independente da linguagem artística, era um caminho.

Este diálogo vem se consolidando e este ano tive a oportunidade que tive em expor reflexões sobre uma experiência do Bairro de Orlândia, onde fica o Crass Vila Bucci, escutando as depoimentos das pessoas e construindo uma ideia através de multi referências de autores que acreditam na Cultura que transforma e que ao me aproximar pela reuniões na cidade de Ipuã, onde há interesse e investimento em práticas artística pedagógicas como ferramentas para os processos de formação humanas, é louvável a iniciativa e muito prazeroso o processo em compartilhar com outra comunidade, a de Ipuã.

Dança, teatro, música, circo ou artes plásticas

Assim foi proposto para as artes seja ela dança, teatro, música, circo ou artes plásticas fugindo de uma visão mecanicista ou superficial, em que as artes possam ser vistas de uma forma simplificada, por exemplo em apenas ter sido aplicada uma técnica ou até mesmo em atuar socialmente em ambientes festivos.

Durante as reuniões foi abordado o conceito de que as artes em suas diferentes linguagens nos processos criativos, produzem conhecimento em um campo que está em constante redimensionamento, justamente por construído de percepções, olhares, reflexões, questionamentos e buscas humanas singulares, relacionadas a modos de estar e atuar no mundo. Como a  relação da Bela e a Fera com queixas violências e preconceitos.

Neste sentido, encontrar professores e planejar com eles uma atividade integrada, seguidas de experimentos e estudo de princípios artístico e vê-los dispostos e disponíveis à experiência, foi a confirmação de como podem ser potentes tais eventos.

Além de fortalecermos os educadores, nas buscas constantes de se construir processos gerados de saberes, que expandem e integram as artes como campo de conhecimento, amplia-se o alcance sobre o que se pensa as organizações promotoras de tais encontro e eventos em programas socioculturais com abordagens artísticas.

E as artes, não podem ser vistas nos dias de hoje, como elementos de mero caráter ilustrativo ou de reprodução de práticas de técnicas.

Percebê-las como processo em rede, onde se colabora compondo processo do outro, diminuir a distância de um “fazer” baseado em “receitas” que funcionam ou não em termos de resultado e enfatiza as relações estabelecidas como fatores determinantes de sua qualidade.

O resultado que podemos perceber e presenciar foi único de cada escola. A Transformação foi nítida desde os Materiais brutos em obras artísticas, como os conceitos incorporadoras no dia – a dia de cada aluno, o envolvimento do corpo docente, da administração das escolas, pessoal de apoio e da comunidade, enfim o comprometimento de todos.

Esta não é uma verdade absoluta apenas uma abordagem que chegamos a um consenso, espero ter contribuído com este momento em Ipuã. Com carinho Valéria Pazeto, coordenadora artística da Usina da Dança/Instituto ORM

 

Deixar uma resposta