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Cultura

Usina da Dança prepara sua versão de O Mágico de Oz para os palcos

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Com a sua história encantadora e seu elenco de personagens coloridos, o Mágico de Oz se tornou rapidamente um clássico norte americano. Mais de um século depois do lançamento desse livro, as crianças estão, por toda parte do mundo, ainda encantadas com as maravilhas de Oz.

Apesar de o filme ser de 1939, com imagens em sépia e qualidade incomparável com a tecnologia do cinema atual, ele literalmente seduziu uma garotinha de 7 anos de idade que, praticamente, não piscou os olhos enquanto a trama se desenrolava na tela da TV.

E é essa bela história de personagens na busca externa pelo cérebro, coração e coragem, que a Usina da Dança vai apresentar aos palcos da região, na montagem de final de ano.

“Baseado na pesquisa sobre o Mágico de Oz, realizamos o trabalho integrado de conscientização de crianças e adolescentes. O Mágico de Oz é um clássico da literatura infantil e do cinema, que trás em um forte imaginário coletivo metafórico, uma interpretação de mundo dentro do contexto em que todos estão inseridos, fazendo referência a sentimentos essencialmente importantes para o crescimento humano, como o amor e a coragem”,

conta a coordenadora artística da Usina da Dança, que dirige os trabalhos para recontar a história por meio da dança e da música.

Através dos fundamentos filosóficos extraídos do filme, livros e musicais, os alunos do Projeto Usina da Dança das cidades de Guaíra, Orlândia e Miguelópolis, em companhia de suas famílias, darão vida aos principais personagens: Dorothy, Espantalho, Leão e Homem de Lata; que representam o amor, a inteligência, a coragem e a bondade.

“Buscamos outro OZ. Aquele que L. Frank Baum escreveu como literatura no início do século XX, onde a visão dos personagens era bem diferente da que o filme eternizou. Ele escreveu uma história por dentro, suas metáforas são pistas do que seria sua interpretação do mundo, da religião, de Deus, e dos sentimentos humanos. Com conteúdo essencialmente filosófico, a literatura nos questiona a respeito de quem somos e para onde vamos? Qual é a grande insatisfação do ser humano? O que ele mais ambiciona encontrar o que o mantém o vivo?”, prossegue Valéria.

Investigação

Os alunos, por meio de um processo investigativo, farão a exploração do tema. Serão mediados pela equipe psicossocial do IORM e instigados a refletir sobre os conceitos e valores existentes por de trás da história, trabalhando esses princípios paralelos aos dias atuais. Ao mesmo tempo em que, poderão enquanto sujeitos cheios de potencialidades, escolher e recriar os seus próprios personagens, mediante as impressões e percepções do que foi trabalhado.
O trabalho será desenvolvido por meio de oficinas promovidas por turmas e, em ambos os períodos: manhã e tarde, durante os horários da grade dos conteúdos artes integradas”.

Materiais

O trabalho das oficinas utilizará dois tipos de materiais: diversos tipos de retalhos de panos e recicláveis, como pet, latinhas, papelão, entre outros, que serão recolhidos por meio de doações e no ambiente doméstico dos próprios alunos e professores.

A coleta dos materiais recicláveis para preparação dos elementos cênicos, reforça  o compromisso de todos com a responsabilidade social, sustentabilidade ambiental e a solidariedade. Assim como cada elemento da montagem do espetáculo, o processo de coletar a “matéria-prima” para o trabalho, também tem um objetivo claro e definido, como explica Valéria:

“O trabalho objetiva promover o empoderamento e a autonomia do público atendido, torná-los parte de um processo de desenvolvimento que se inicia desde a construção e concepção de um cenário, mediante a participação coletiva de alunos, técnicos, funcionários e familiares, até a entrega dos conteúdos durante os espetáculos.”

A estratégia da Usina da Dança vai além de conceitos, princípios e valores. “Vamos trabalhar memória, raciocínio, matemática, espírito de equipe, compromisso, responsabilidade, criatividade, trabalho em equipe, resolução de problemas, flexibilidade de tarefas, além da capacidade de planejamento e execução de atividades.”, enumera.

E explica: “a independência de todas as etapas da produção é desejável por contribuir significativamente para o desenvolvimento emocional, psicológico e social, à medida que possibilite aos alunos se interagir com um ambiente que os desafie. Mais do que conteúdos, isto é propor situações que estimulem a busca ativa por soluções e construções positivas.”, finaliza.

Outra Ação

Equipe de Costureiras liderada por Mária Aparecida Cruz Sacco, com coordenação artística de Valéria Pazeto, confeccionam cerca de 700 figurinos e  este ano a equipe  de artesãs será exclusivamente das cidades de Orlândia e Miguelópolis. Maria e todas as costureiras participaram do curso de especialização em figurinos de dança com George Monteiro, oferecido pelo Projeto Revoada dos Cisnes, em parceria com a Cisne Negro Cia. de Dança. As aulas foram realizadas em finais de semana do mês de maio no Núcleo Cultural Oswaldo Ribeiro de Mendonça, o Castelinho, em Orlândia.

 

À procura de um cérebro, um coração e pela coragem

O Mágico de Oz conta a história de uma menina de fazenda de 12 anos de idade, Dorothy Gale (que no cinema foi representada por Judy Garland), que vive em uma fazenda no Kansas com sua tia Em e tio Henry, mas sonha com um lugar melhor “Somewhere Over The Rainbow” (Algum lugar além do arco-íris). Depois de ser golpeado inconsciente durante um tornado por uma janela que se soltou de sua moldura, Dorothy sonha que ela, seu cachorro Totó e a casa são transportados para a terra mágica de Oz. Lá, a Bruxa Boa do Norte, Glinda, aconselha Dorothy a seguir a estrada dos tijolos amarelos para a Cidade Esmeralda e encontrar o Mágico de Oz, que pode devolvê-la para o Kansas.

Durante sua jornada, ela encontra um Espantalho, um homem de lata e Leão Covarde, que se juntam a ela, na esperança de receber o que lhes falta a si mesmos (um cérebro, um coração e coragem, respectivamente). Tudo isso é feito ao mesmo tempo, tentando evitar a Bruxa Malvada do Oeste e sua tentativa de conseguir sapatos de rubi da irmã de Dorothy, que recebeu de Glinda.

O segundo ano consecutivo do Projeto Presença

As oficinas de artes manuais para a confecção dos bonecos de pano, que integrarão o cenário do espetáculo O Mágico de Oz e o Projeto Presença em Ipuã foram iniciadas neste mês de setembro, envolvendo os alunos da Usina da Dança nos municípios de Orlândia, Guaira e Miguelópolis. Na Usina da Dança esta ação está sendo planejada pela equipe psicossocial e professores do Instituto ORM.

Parte dos bonecos elaborados serão doados ao Projeto Presença de Ipuã, realizado pela Casa da Criança Armanda Malvina de Mendonça, Departamento Municipal de Educação e Cultura e Redsolare Brasil, envolvendo todas as escolas da rede pública do município.

O Projeto Presença prevê a criação e distribuição de bonecos de pano nos espaços públicos, com o objetivo de chamar a atenção e sensibilizar a sociedade pela segurança para a infância e uma cultura própria desta fase da vida – que valorize a brincadeira, a criatividade, o lúdico, deixando de lado o excesso de consumo.

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